MÍNIMA MEMÓRIA
Podemos tentar contemplar as coisas de cima, de longe, num sobrevoo, uma “satisfação flutuante e onipotente, sentir a poder de dominar tudo, como um albatroz”, afirmava Didi Huberman, em Pensar debruçado. Mas podemos também nos debruçar sobre as coisas pequenas, prestando atenção nos detalhes, permitir que o objeto suba de sua mão até o seu olho, buscar o desconhecido no conhecido e adivinhar o mistério e a dignidade das coisas mínimas. Apreciar como esses mínimos se encontram, formam enxames e criam máximos. Juntos, querem dizer outras coisas, têm a potência dos cúmulos, como um formigueiro, uma colmeia, um rebanho ou uma multidão.