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A tradição sempre considerou a cópia (assim como a tradução), na melhor das hipóteses, um trabalho inferior; e, na pior, uma contravenção, uma afronta ao criador do original. Entretanto, podemos pensar que, entre o original e a cópia não existe somente uma simples relação de hierarquia. Quando se repetem ou se inserem as imagens criadas por Degas em outro contexto, não estamos destruindo a oposição original/cópia, mas levantando questões sobre a possibilidade de uma origem pura, problematizando a fronteira entre o fora e o dentro de uma obra de arte , inserindo tanto a cópia como o original numa cadeia de multiplicidades e diferenciações, ou seja, vendo a obra de arte como um tecido de infinitas citações.
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© 2003 Copyright - Todos os direitos reservados - Olívia Niemeyer
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